E você: é um fanático, um negacionista ou um circunstancial na bitcoin?

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De momento, acredito em duas coisas: a primeira é que a Inteligência Artificial vai mudar o mundo como o vemos; a segunda é que não há inteligência artificial sem bitcoin

A bitcoin vale aproximadamente metade do mercado de criptos. Quando a bitcoin cai, tudo cai; quando a bitcoin sobe, tudo sobe.

Nas últimas duas semanas, a cotação da bitcoin oscilou entre subir para muito perto dos 100 mil dólares e descer para perto dos 90 mil dólares. A barreira dos 100 mil dólares mantém-se no horizonte como um marco histórico e digno de notícia. À hora de publicação deste artigo, o preço rondava os 95 mil dólares.

A bitcoin não é um projeto de curto prazo.  É um projeto de mudança do modelo económico com impacto a todos os níveis nomeadamente geopolíticos.

A Ucrânia é o sexto país do mundo com maior adoção de criptomoedas. Estima-se que cerca de 15% dos ucranianos possuam cripto moedas. Pode ser obra do acaso ou um acaso da obra, mas facto é que um país que se vê ameaçado em tantas frentes encontra em 15% da população tempo, disponibilidade e recursos para participar nas novas moedas digitais.

Mas há mais.

Segundo um estudo deste ano efetuado pela Arkham, o Reino do Butão, lá nos extremos dos Himalaias, tem vindo a fazer reservas significativas de bitcoin, que vai minerando com as águas correntes dos glaciares. Representam atualmente perto de 28% do seu PIB.

Pensar bitcoin no curto prazo é um disparate. É claro que há determinados valores (como os 100 000 dólares) que fazem saltar rolhas de champagne, mas a bitcoin ou é longo prazo ou não é.

As minhas dúvidas quanto à bitcoin são apenas:

  • a) a bitcoin vai vingar
  • b) a bitcoin não vai vingar

Se me perguntar se tenho dúvidas, tenho, claro. Afinal, como diz ali na frase em cima, sou um ex-cripto-céptico, mas não virei um cripto fanático. Também ninguém pensou que a Kodak ia passar pelo que passou e, portanto, é difícil jurar que esta é “a” tecnologia.

De momento, acredito em duas coisas: a primeira é que a Inteligência Artificial vai mudar o mundo como o vemos; a segunda é que não há inteligência artificial sem bitcoin. No final de contas, na minha cabeça, fazem ambas parte da mesma tecnologia.

A IA vai-nos permitir a ter mais vida e menos trabalho, mais natureza e menos betão, mais família e menos clientes, mais tudo. Porventura haverá mais desemprego, como se tem apregoado por aí, mas esse desemprego pode mesmo implicar melhor vida… desde que o modelo económico funcione.

Se eu tiver um assistente pessoal IA que me responda a emails, responda às mensagens, prepare propostas, analise contratos, prepare as apresentações para conferências, análises de contas, etc…talvez apenas necessite de trabalhar metade do tempo e ainda assim essa metade terá uma rentabilidade muito superior do que estar agarrado a excells, powerpoints e words.

Cada um de nós vai valer mais pela sua capacidade intelectual. Vamos ter menos “hands on” e mais “brain on”.

Começa a ser mais relevante saber como “mandar” fazer do que efetivamente fazer. É a evolução natural. Tal como no passado não eram permitidas máquinas calculadoras e agora são permitidos tablets nas aulas. Há coisas que talvez não precisemos de saber fazer.

Mas há algo que é fundamental: existem já centenas de modelos de IA a serem treinados e são treinados por nós sem que o saibamos. E acreditem, esses modelos são mordazes a captar tudo e a crescer a cada milissegundo. Pergunto agora se do nosso lado estamos a ter a mesma disponibilidade para aprender com a IA, a saber como age, reage, aprende e responde.

Olhar para o curto prazo no que diz respeito à bitcoin só leva a uma coisa: depressão. A bitcoin deve ser vista como uma start-up. Ou acreditamos no produto e no que está por detrás deixando-o evoluir com o tempo, ou não acreditamos nada e para nós a bitcoin é como um vendedor numa barcaça no meio do atlântico a tentar vender pasteis de nata.

Por isso a bitcoin tem os fanáticos entusiastas, os fanáticos negacionistas e os circunstanciais. Os dois primeiros são cientes das suas convicções e veem uma missão além da bitcoin (uns dizem que é a missão de construir um novo modelo económico, outros que é a missão de um esquema para encher os bolsos de alguns). Investem ou não investem por convicção.

Os primeiros compram independentemente do preço. Os segundos não compram por nada deste mundo.

Depois temos o grupo dos circunstanciais, que se colocam entre estes dois tentando capitalizar as incertezas dentro do seu grupo. É este grupo que dirige o preço da bitcoin. Para este grupo pouco interessa se a bitcoin tem missão ou não. Apenas interessa que a bitcoin tem um valor económico instantâneo e, por isso, podem fazer dinheiro comprando mais barato e vendendo mais caro assim que o mercado permita.

Estas grandes oscilações e correções têm uma virtude no caso da bitcoin: limpam o mercado dos circunstanciais deixando a bitcoin para os que a entendem ou para os que a renegam.

É por isso que a bitcoin cair dos 100 mil dólares para os 90 mil dólares ou mesmo 50 mil dólares é irrelevante para quem entende a bitcoin como uma missão de reconfiguração económica ou para os que não acreditam de todo na bitcoin. Esses nunca perdem dinheiro porque não estão por dinheiro. Já os outros…

Artigo de opinião publicado na CNN, veja aqui

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Bernardo Mota Veiga

Bernardo Mota veigaStrategicist

*língua original deste artigo: Português

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