Temos todos a ideia de que Inteligência Artificial é uma espécie de divindade única, mas não é bem assim. Talvez venha a ser, mas não é!
O ChatGpt (Open AI) é uma delas mas há mais: Claude (Anthropic), Barn (Google), LLama (Meta), Command R (Cohere), Mistral, Aleph Alpha, Bloom… são algumas delas e, naturalmente não são a mesma coisa. São modelos desenvolvidos por cada uma das empresas e que fazem de cada IA uma IA única.
Só nos Estados Unidos havia, de acordo com a Workmind, 14 700 start-ups ligadas à inteligência artificial, muitas delas desenvolvendo micromodelos de IA para funcionalidades muito concretas.
A Inteligência artificial não é portanto toda igual, mas todas começam todas da mesma forma: treino do modelo.
Mas o que é que a bitcoin tem a ver com a IA? Bem, ficou prometido no artigo de ontem e, portanto, lanço a “bomba” no artigo de hoje. A bitcoin pode até nem vingar como moeda entre os humanos, e mesmo não chegar a ser o ouro digital, mas tem todo o potencial de vir a ser a moeda máquina-máquina!
Não tente procurar porque provavelmente não vai encontrar isto em lado nenhum. Pode até ser só um devaneio da minha cabeça, mas eu explico:
Os modelos de Inteligência artificial foram desenvolvidos para responder tão autonomamente quanto possível às solicitações humanas. No futuro breve, se pedir ao ChatGPT um estudo que correlacione a altura das ondas do mar com a variação da cotação da bitcoin (tenho quase a certeza de que esse estudo não existe), o ChatGPT irá conseguir encontrar vias para me apresentar um relatório hiper-completo sobre essa correlação ou falta dela: Seja com análise de dados meteorológicos, análise estatística com umas transformadas de Fourier pelo meio, vai-me entregar um relatório todo bonito acerca desse mesmo estudo. Fotografias, tabelas, e tudo o mais, dependendo do detalhe que eu pedir. Para me entregar esse estudo o modelo IA vai usar os seus recursos, mas também vai (um dia) buscar recursos a outros. É precisamente por isso que existem as tais 14 700 start-ups de IA nos EUA.
Vai à Adobe pedir uma imagem, vai à Microsoft pedir o Excel e depois o PowerPoint, depois vai a uns modelos IA de umas universidades pedir uns dados, e vai inclusive aos outros grandes modelos de IA pedir informação e dados.
Está-me a acompanhar, certo?
Ora eu, utilizador, vou receber um estudo inclusive cientificamente validado, que provavelmente até me vai dizer que não existe correlação nenhuma entre a altura das ondas do mar e a cotação da bitcoin, mas essa não é a questão.
A questão é que eu vou agarrar nos meus euros e pagar o dito estudo à empresa a quem pedi o estudo , neste caso à OpenAI (ChatGpt), mas o que acontecerá por detrás da cortina é que me interessa aqui explorar.
O que eu acho – repito, acho – é que o ChatGPT foi buscar recursos a outros sistemas, negociou com eles os preços desses mesmos recursos e, na realidade vai distribuir o dinheiro que eu paguei pelo estudo por todos aqueles que contribuíram. É tal e qual o que acontece quando vamos a uma consultora pedir um estudo: a consultora funciona como agregador de recursos internos e externos que entrega o pedido ao cliente de forma compilada.
Onde a bitcoin entrará, acho, é precisamente nas transações que estão por detrás da cortina, funcionando como a moeda de troca entre as máquinas: moeda que as máquinas criaram, em quem confiam, e em que as máquinas entendem blockchain.
Este conceito de negociação direta máquina-máquina é algo novo que só tem sentido com dinheiro digital e sem a complicada rede processual de “compliance” dos bancos.
Pense comigo: se as criptomoedas são bytes processados com imensa energia, e se essa é a unidade de medida dos computadores, não acha que faz sentido que uma moeda como a bitcoin ser precisamente a melhor forma para que as máquinas entendam os custos e proveitos das suas transações?
A bitcoin pode ser mesmo a moeda dos robots e, considerando que uma grande parte dos negócios vai ser feita entre modelos de IA, está-se mesmo a ver o que pode acontecer.
Artigo de opinião publicado na CNN, veja aqui
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